terça-feira, 9 de março de 2010

Destiny


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Destiny

Imerso na fortuna dos meus desejos, reflito. A outra margem do rio parece muito difusa, não consigo mais enxergá-la perfeitamente. Obstáculos foram colocados, pessoas se aventuraram e águas por ela se passaram. Entretanto prevalece, sem receio. Distante. Quase inalcançável.


O destino, tão cruel e sádico, brincou. Pregou peças. Moveu terras. Moveu sonhos.

Observo os céus, procurando resposta. Nada obtenho. Volto a obscuridade de meus pensamentos desiludidos.

Pessoas vacilantes passam, em um ritmo frenético. Não sou digno de seus olhares.

Duas letras destroem minha vida, dizimam minha mente. Duas letras. Arrependimento. Hipótese.
Duas letras.
“Se”

É realmente engraçada esta condição, não é mesmo? É a dúvida da ação e reação. Passado e futuro se misturando nas brumas disseminadas pelo ar sombrio.

O calor do sol não mais se infiltra pelo meu corpo, não há mais brilho. Lembranças largadas na omissão temporal comprimem meu coração, há muito sem pulsar.

Sinto-me entorpecido por uma droga letal. Talvez, a mais letal de todas.
E, ao mesmo tempo, lá está a outra margem. Tão longe, tão perto.

Erros do passado, erros do presente. Erros do futuro? Muito provável. A résquia de esperança correu em direção ao incerto. Foi-se para nunca mais voltar.

Planos que nunca deveriam ter sido feitos. Esperanças que nunca deveria ter tido. Felicidade que nunca mais irei conhecer. Tudo se mistura de forma homogênea. É a mesma substância pastosa, a frustrante substâncias dos problemas. Problema, isso sim, é uma perspectiva positiva. Como se tudo pudesse ser resumido em apenas uma sentença curta e cruel. Direta, como uma facada em meu coração.

A ambição ainda corre por minhas veias, assim como nas águas próximas. Estou muito perto do irreversível.

Muito perto...

Ó fortuna, quem dera eu, reles mortal, ser dono do meu próprio destino! Mas este, impiedoso e inconseqüente, sempre passa por cima de nossos cadáveres. Escolhas no passado, surpresas no presente, fatalidade no futuro.
Cruel e sádico ele ainda caminhará, eternamente.


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Bruno Cunha.

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